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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
The Avalanches e os mashups
Atualmente, os mashups são uma febre na internet. É entrar no youtube e dar de cara com a Elis Regina e Amy Winehouse dividindo “palco” (“Rehab de Março”); nossa presidenta discursando ao som do System of Down (“System of Dilma”); e os sucessos ao ritmo de funk/technobrega/etc do João Brasil, que já ganhou o mundo. Mas em 2000, quando programas de compartilhamento como o Napster começavam a ganhar espaço, Chater e Seltmann (vide The Avalanches) reuniam mais de 3500 samples de vinis (de inúmeros gêneros musicais) em um CD: surgia “Since I Left You”, primeiro e único álbum do Avalanches.
A ideia original era ser um álbum conceitual sobre a história de um rapaz que seguia uma menina de país em país, associando a sonoridade dos locais as faixas do disco. Diante da megalomania, foi necessário dar um passo atrás, e ele não foi concebido exatamente dessa maneiro. Ainda assim o álbum compõe uma teia de informações sonora muito inusitada, dando uma sensação de uma viagem (por espaços, estados ou dimensões) desde seu primeiro minuto – a faixa-título, com uma introdução de violão espanhol relaxada que logo se transforma numa disco music dançante. Além disso, as faixas nunca terminam, forçando uma falsa unidade ao disco, afinal, cada faixa tem sua característica própria, tornando o álbum ainda mais extraordinário. “Since I Left You” nada mais é do que uma belissíma bricolagem do fluxo de informações do mundo contemporâneo.
Os hits “Since I Left You” e “Frontier Psychiatrist” desencadiaram em clipes que visam o hilário e o incomum. No primeiro, mineiros cavam um buraco até chegarem num grande salão, aonde dançarinas estão sendo avaliadas, eis que um dos mineiros começa a dançar com elas com uma destreza que deve ter deixado Pina Bausch com inveja. No segundo, os samples ganham seus rostos (bizarros, diga-se de passagem) e são interpretados em sincrônia com a faixa, de maneira admirável – todos no mesmo espaço. Ambos clipes reproduzem imagens sonoras com extrema concisão (como podem assistir no final do texto).
É uma pena que após mais de 11 anos, o coletivo não tenha produzido nada mais para o mundo. Mas certamente “Since I Left You” inspirou muitos dos artistas de mashup que vem surgindo nesse tempo, graças a livre troca de informação que a internet nos permite.
sábado, 21 de janeiro de 2012
A muitas horas de distância, talentos da Oceania
Depois de uma temporada de 20 dias viajando pela costa da Austrália e Nova Zelândia, finalmente estou de volta, com um jet leg de 15 horas e um bronzeado preocupante (não é brincadeira: use filtro solar). Na câmera fotográfica, fotos de paisagens épicas e animais excêntricos - no sentido mais puro da palavra. Na memória, as melhores experiências já vivenciadas e na mala, prestes a explodir caso eu insistisse em adicionar mais um grampo de cabelo, um caderno cheio de anotações preciosas e diversas ilustrações garimpadas por lojas de Auckland, Queenstown e Melbourne. Portanto, para entrar no clima desse post, aproveite o som da banda australiana Architecture in Helsinki enquanto conhece os ilustradores abaixo:
A kiwi (como são chamados os neozelandeses) Crispin Korschen foi a primeira descoberta da viagem, em uma das lojas da rua principal de Parnell Village, em Auckland. A artista começou a trabalhar como ilustradora após se formar na Wellington School of Design, no final dos anos oitenta. Depois, mudou-se para o Kenya, reunindo a bagagem necessária para mergulhar no mundo da pintura, em 2003. Suas telas em acrílica contam histórias sobre a “vida extraordinária de pessoas ordinárias”, como ela mesma descreve. As cores apasteladas e as frases que acompanham seu trabalho ajudam a dar o clima sutil, mas marcante, que envolve o espectador. E para o meu deleite, o blog de Crispin ainda apresenta uma compilação poderosa de referências e nomes que fazem parte de seu universo... E agora do meu, também. O endereço é apetitebird.blogspot.com
Bunny Love
Ready for Action
Se as pinturas de Crispin Korschen impressionam pelos tons sutis, as figuras acizentadas de Tonny Cribb, também da Nova Zelândia, seguem em sentido oposto. Descrito como O Maravilhoso Estranho de Cribb, em seu website, os personagens excêntricos que habitam sua obra são reflexos da infância recheada dos Muppets, filmes de Tim Burton e incontáveis horas que passava fazendo rabiscos. O resultado são quadros cheios de imaginação, idealizações do mundo e uma boa dose de humor. (tonycribb.co.nz)
Be not afraid of the Pooping Bird
Pisando em terreno australiano, me encantei pelos desenhos de Beth Emily, moradora da Tasmânia, apaixonada por chá e amante da natureza. Sua obra consiste em misturar elementos da fauna e flora a tudo que sua imaginação permitir, usando basicamente o cinza do grafite, pitadas de cor em aquarela e a mágica do mundo digital. A artista também tem um blog, o beth-emily.com/blog, onde compartilha algumas questões pessoais, referências e - surpresa! - lindas fotos tiradas por ela.
The Little Owl
Se o dia e meio de viagem de avião, o peso da mochila nas costas e as queimaduras solares incomodam na volta para casa, trazer minhas recém-conquistadas referências em meu caderno de 3 dólares faz o momento parecer triunfante. É impressionante como um punhado de ilustrações, cartões de lojas, cafés e restaurantes, alguns Cd’s e conversas trocadas com donos de livrarias podem se tornar um verdadeiro tesouro.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Super-heróis de capa e espada
sábado, 7 de janeiro de 2012
Uma retrospectiva bem pessoal
Minha retrospectiva 2011 não é necessariamente de filmes produzidos recentemente, mas, sim, daqueles que ficaram na retina. Lógico que gostei de várias produções em 2011: A Pele que Habito, de Almodóvar, Drive, do diretor Nicolas Widing Refn, Meek’s Cutoff, da diretora independente Kelly Reichardt, e o controverso A árvore da vida, de Terrence Mallik, tiveram seu lugar, mas as listas de melhores estão espalhadas por aí, então resolvi ser bem pessoal nas minhas escolhas e falar do que realmente me moveu.
2011 foi o ano em que fiquei obcecada pela atriz americana Barbara Stanwyck, conhecida por filmes como Pacto de Sangue e A Vida por um fio. Não me cansei de ver os filmes do diretor Douglas Sirk , bastante conhecido por seus melodramas e preferi ver qualquer filme noir a outro gênero. A engenhosidade desses filmes, feitos numa época onde o que importava era a inteligência dos roteiros e dos diretores, me fez deixar para trás muitas novidades.
Meus preferidos de 2011:
1. The Prowler ,dir. Joseph Losey
2. A Morte Num Beijo, dir.Robert Aldricht
3. Chamas que não se apagam, dir. Douglas Sirk
4. Curvas do Destino, dir. Edgard G. Ulmer
5. Bunny Lake is Missing , dir. Otto Preminger
6. O Tempo não Apaga, dir. Lewis Milestone
7. The Narrow Margin, dir. Richard Fleischer
8. The Crimson Kimono, dir. Samuel Fueller
9. O Mundo Odeia-me, dir. Ida Lupino
10. Na teia do Destino, dir. Max Ophüls
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
AlCast 007: Espadas
Lunáticos, ouvintes e leitores, está no ar o sétimo episódio do AlCast! Nesta semana, Tati Laai, Vinícius Marins e Victor Mattina conversam a respeito de espadas, sejam elas míticas, reais, mágicas ou polêmicas!
Lembrando que, caso você queira participar via Skype do próximo AlCast, tudo o que você precisa fazer é deixar seu contato nos comentários.