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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Top 5 Alta Fidelidade

por Tatiana Laai


Alta Fidelidade é um livro que virou filme e virou disco, desses que todo mundo já leu, viu ou ouviu e ama muito! O livro de Nick Hornby está sendo reeditado e com isso todos voltam a falar dele. Confesso que não li o livro e  acho a trilha sonora muito mais legal que o filme em si. Sou da turma que ouviu e amou muito. Já tive o livro nas mãos umas duas vezes: quase peguei emprestado com uma amiga que está sempre lendo Hornby e quase já o comprei com um mega desconto nessas feirinhas de livros que têm na cidade. Não comprei e nem peguei emprestado porque a lembrança que eu tenho do filme é forte e, no final das contas, fiquei com preguiça de ler sobre aquele “mimimi minha namorada me deixou”, “mimimi por que ninguém me ama?”  Mas, pode ser que eu esteja redondamente enganada e o livro seja muito mais do que isso. Tem gente que acha a adaptação pro cinema melhor que o livro.  Por enquanto, fico com a trilha sonora mesmo.




O filme é uma comédia romântica que conta a história de Rob (John Cusack), dono de uma loja de discos que está numa crise e quer entender porquê nunca consegue ter um relacionamento duradouro com suas namoradas. No meio dessa história, com muita música e piadas inteligentes, a trilha sonora é praticamente um personagem.  Rob ama música e fazer listas e a história do filme é narrada de forma  bem original: com listinhas musicais de top 5. Por exemplo,  começamos com o Top 5 dos "foras" que ele tomou ao longo de sua vida. Cada um desses "foras" é uma história à parte, que depois serve para definir a complexa personalidade de Rob.




Logo no começo do filme, Rob diz não saber se sua vida é miserável porque ele ouve música pop, ou se ele ouve música pop porque sua vida é miserável. Ele associa canções a determinados sentimentos, acho que todo mundo que gosta muito de música faz isso. Assim como Rob, qualquer um de nós poderia organizar uma coleção de discos ou CDs, ou melhor de playlists e arquivos de mp3, em ordem autobiográfica. Todos nós gostaríamos de uma trilha sonora para embalar  nossa existência!  É claro que Rob e seus assistentes, Dick e Barry, têm a vantagem de trabalhar justamente numa loja de vinis, o que lhes permite levar uma vida literalmente musicada. 

A música é tão importante na existência desses três rapazes que chega a espelhar o próprio temperamento de cada um: Barry, o explosivo, gosta de ritmos mais agitados e letras mais apologéticas; Dick, o sentimental, aprecia melodias mais tranqüilas e versos românticos; e, por último, Rob faz jus ao seu humor oscilante e demonstra ser mais eclético em suas preferências.  E aí não tem pra ninguém! A trilha é a estrela absoluta do filme com grandes nomes da música independente e da música pop mundial.  O hábito cultuado por Rob de fazer listas dos `Cinco Mais` sobre qualquer tema é outro legado dessa história:  depois deste livro, fazer as tais listinhas é praticamente irresistível!  Deixo aqui o  Top Five das minhas músicas preferidas do filme: 



1.       Shipbuilding - Elvis Costello & The Attractions
2.       I Believe (When I Fall In Love It Will Be Forever) - Stevie Wonder
3.       Let's Get It On - Jack Black
4.       Everybody's Gonna Be Happy - The Kinks
5.       Who Loves The Sun - The Velvet Underground

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

HEY HO! LET’S GO!!

por Tatiana Laai

Você pode até não gostar, achar que é um tipo de som bobo e barulhento. Pode se sentir aviltado pela agressividade de algumas músicas ou pelo visual extravagante, ou pode justamente se identificar com todas aquelas jaquetas de couro com spikes, com os cabelos moicanos e com a maquiagem pesada. E quem sabe você não vai curtir a força e a energia das melodias rápidas e agressivas, ou simplesmente se identificar com aquela raiva e rebeldia adolescente que serviu de combustível para um movimento que começou com um bando de garotos sem rumo lá no final dos anos sessenta, e que acabou provocando uma revolução cultural e artística que até hoje inspira boa parte da juventude? Não importa se hoje o punk rock é pop, que os punks tornaram-se atração turística em Piccadilly Circus e que música, movimento e ouvintes são cercados de suspeitas - o fato é que ninguém fica indiferente ao tal do punk rock.

Pra quem quiser continuar lendo o texto com trilha sonora, acesse:
http://8tracks.com/tatilaai/hey-ho-let-s-go-aventura-de-ler-blog




Sempre gostei muito de música, mais ainda de pop rock, pra ser bem específica, e meu contato com o punk veio na adolescência.  Na minha fase mais roqueira e mais heavy metal, alguém me apresentou aos Ramones. Me apaixonei pela energia da música, que dava vontade de sair gritando e quicando por aí: HEY HO! LET’S GO!!! Adorava que os todos integrantes da banda adotavam o sobrenome Ramone, que tinham o mesmo corte de cabelo e cara de mau, e adorava que as músicas fossem meio irônicas, meio raivosas, e as vezes muito engraçadas, tudo ao mesmo tempo agora, como aquela em que o sujeito reclama que a KKK tinha sequestrado sua namorada.





Passei a ouvir bastante música punk depois que conheci os Ramones. Aí veio a paixão pelos ingleses do The Clash e a minha melhor amiga do colégio na época, a Rapha Leite (a mesma que escreveu aqui sobre a Patti Smith), me fazia ouvir Sex Pistols todos os dias. Depois veio o livro Mate-me por favor, que é um mega relato sobre o nascimento do punk e deu consistência e história para todas as músicas que eu estava ouvindo. Fui atrás de todos aqueles artistas que aparecem no livro. Vai ver é por isso que até hoje o punk mais clássico e antigão dos anos setenta é o que eu gosto de ouvir, mesmo sabendo que hoje em dia o punk rock é muito mais complexo: tem muitas formas, cores e sabores. No final dos anos setenta, o punk andou se mesclando com o ritmo jamaicano chamado Ska e o tal do Ska Punk foi a coisa que eu mais ouvi na adolescência antes de cair nas graças do rock de Seattle, mas isso é outra história.

O fato é que o punk me levou a ouvir outros tipos de rock e prestar mais atenção em política. E confesso que hoje sou muito mais fã de ska do que do punk em si. Mas os clássicos são eternos, por isso listo aqui as minhas 10 canções punks preferidas, que são a  trilha sonora perfeita do livro Mate-me Por Favor - e por que não, desse tanto de manifestações que tomaram o Brasil de assalto.

Pra quem prefere conferir a perfomance das bandas:

1.      Blitzkrieg Bop – Ramones

2.      Anarchy in the UK - Sex Pistols

3.      London Calling - The Clash

4.      Search and Destroy - The Stooges

5.      Kick Out the Jams - MC5

6.      Blank Generation - Richard Hell and the Voidoids

7.      Pretty Vacant – Sex Pistols

8.      Gloria - Patti Smith

9.      Live Fast Die Young - Circle Jerks

10.  Born To Lose - Johnny Thunders & the Heartbreakers