por Thiago Ortman
O cineasta francês Vincent Moon é provavelmente o maior nômade da música atual. Surgiu para o mundo com uma ideia simples e inovadora: filmar artistas famosos fazendo sua música nas ruas. Em 2007, com o selo/site La Blogothèque, colocou o jovem Zach Condon, mais conhecido como Beirut, para cantar e tocar seu trompete em meio aos cafés parisienses. Em 2008, acompanhou a banda indie Arcade Fire durante a turnê do álbum Neon Bible e registrou tudo no making of Mirror Noir. Seu estilo de “videoclipe” ficou mundialmente conhecido, e foi replicado em todos os cantos.
O cineasta francês Vincent Moon é provavelmente o maior nômade da música atual. Surgiu para o mundo com uma ideia simples e inovadora: filmar artistas famosos fazendo sua música nas ruas. Em 2007, com o selo/site La Blogothèque, colocou o jovem Zach Condon, mais conhecido como Beirut, para cantar e tocar seu trompete em meio aos cafés parisienses. Em 2008, acompanhou a banda indie Arcade Fire durante a turnê do álbum Neon Bible e registrou tudo no making of Mirror Noir. Seu estilo de “videoclipe” ficou mundialmente conhecido, e foi replicado em todos os cantos.
No fim de 2008, Moon partiu para uma
nova investida e iniciou uma jornada sem fim pelo planeta - pelo
menos até o momento. Partia de um canto ao outro com seu mochilão,
filmando tudo que considerava relevante relacionado à música. Fez
uma travessia pelos mais distintos estilos musicais, visando em
especial os artistas alternativos e de cancioneiro regional.
Três anos mais tarde, Vincent Moon
lança a Collection Petites Planètes (Coleção Pequenos Planetas,
ao pé da letra). O francês basicamente deu nome aos bois e criou uma
marca para a exploração etnográfica musical que já estava fazendo
há algum tempo. Polonia, Chile, Brasil, Islândia, Singapura,
Austrália e Filipinas foram alguns dos países que Vincent cruzou
para registrar suas raízes musicais tradicionais.
Com um estilo visual próprio, muito
contraste e priorizando as cores amarela e preta, o cineasta
independente trabalha solitário ou com pessoas com quem faz
amizade no caminho. Em sua primeira passagem pelo Brasil, entre 2010
e 2011, Vincent selecionou um repertório amplo de artistas, que
passava por ícones como Ney Matogrosso, Tom Zé e Naná Vasconcelos,
além de encontrar jovens apostas, como a finada banda carioca
Letuce, o multi-instrumentista paulista M. Takara, e a ainda
desconhecida Gaby Amarantos.
Moon retornou ao país no ano passado
para filmar gente que hoje tem sua carreira mais consolidada, como
Criolo, BNegão e Metá Metá – a série chama-se Sons do Brasil
2013. O mais interessante nos registros do francês é que, muitas
vezes, ele faz com que seus “personagens” encontrem um lugar
afetivo no registro. No vídeo com
Criolo, ele filma o rapper numa roda de samba no Grajaú (de São Paulo), seu local
de nascença, para depois mostrá-lo ao lado do amigo, Projota,
também rapper, no bairro
paulista, em um show
emocionante.
Através dessa série imensa de vídeos,
Vincent Moon abre frente para um tipo de arquivo musical que
harmoniza com os intuitos da web. O francês colabora para gerar um
acervo audiovisual fundamental para a música mundial, e tudo isso
com creative commons, isto é, com licenças abertas para quem quiser
baixar os vídeos e passar para frente sem problemas. Que Vincent
prossiga registrando a música pelo mundo a fora.
Um vídeo com a extinta banda carioca Letuce, o grande Jards Macalé e Criolo:
Take Away Show _ LETUCE from Vincent Moon / Petites Planètes on Vimeo.
O PATO • a very short portrait of JARDS MACALÉ from Vincent Moon / Petites Planètes on Vimeo.
◊ Sons do Brasil 2013 ◊ CRIOLO ◊ from Vincent Moon / Petites Planètes on Vimeo.
Entrevista com Vincent:
Viajantes | Vincent Moon from horto filmes | clara cavour on Vimeo.